Quantas demonstrações de carinho e afeto você recebe por dia de pessoas verdadeiramente sinceras?

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Ontem (16/04/2014), por volta das 19:00h, horário local em Recife, após um dia de muitas atividades no trabalho, fui correr em Boa Viagem como faço todos os dias, após todos os desgastes normais e extras do trabalho, peguei o carro, parei próximo do quiosque “Point do Açaí” como de praxe, coloquei minha roupa e tênis de corrida, peguei meus documentos e saí do carro para me alongar no calçadão antes de iniciar meus exercícios, ao me aproximar do banco no calçadão, onde coloco meus pertences enquanto me alongo, fui subitamente surpreendido com um abraço e sem que eu esperasse, recebi um beijo extremamente carinhoso na face, o fato é que uma mãe com seu filho (Augusto), estava passeando pelo calçadão e ao me ver saindo do carro, este garoto, portador de síndrome de down, veio em minha direção e me abraçou por uns 10 a 15 minutos, em uma sessão gratuita de abraços carícias e beijos em minha face, pedi que a mãe dele tirasse uma foto para eu guardar de recordação e mencionei que gestos carinhosos e sinceros assim, estão praticamente extintos, apenas nossos familiares mais próximos (pais, irmãos, avós, tios e primos) nos dão tanto carinho assim, muitas vezes as pessoas não tem gestos como este nem de sua própria família! Me despedi e comecei minha caminhada e em seguida a corrida, mas durante todo o trajeto, fiquei intrigado com uma questão que eu não conseguia deixar de pensar, se estas pessoas especiais são intituladas como portadores de deficiência mental, quem somos nós afinal? Será que a regra está invertida com a exceção e acreditamos que somos normais? Ou será que os verdadeiros normais são eles e nós que somos os verdadeiros deficientes? Creio que uma pessoa dita como normal, jamais maltrataria outra, jamais mataria, mutilaria, consumiria seu próprio meio ambiente onde precisa dele impreterivelmente para sobreviver! Como é que nós “normais” fazemos tanto mal? E o pior, aceitamos tudo isso! Enquanto essas pessoas especiais (pois outro adjetivo não seria mais apropriado para elas), como estas pessoas podem ser intituladas de deficientes? A única coisa que elas certamente cultivam é o amor, pois já testemunhei em vários lugares e com pessoas diferentes, exibições de carinho e afeto dessas pessoas tão especiais para com outras pessoas, sem que as outras pessoas fossem necessariamente conhecidas deles, eles não precisam de mais nada além de você para poder te abraçar e te dar um beijo ou te fazer carinho. Então quem é normal nessa história? E se o conceito de normal estiver errado? Se tivermos entendido tudo errado desde quando nos entendemos como sendo ” seres inteligentes”? Porque com tanta inteligência, nós só a usamos para nos ferir, machucar e até nos extinguir? Pois é isso que estamos fazendo com nós mesmos! Acredito que vale a reflexão sobre a metáfora, para que possamos nos entender como gente e quem sabe, daqui por diante, fazermos as coisas certas, tratarmos melhor e de forma mais humana todas as pessoas.

 

Agradeço de coração pelos abraços do meu mais novo amigo, Augusto e a sua mãe, pessoa extremamente dedicada e paciente. Se eu recebesse de pessoas que não conheço, abraços e afeto sinceros todos os dias, certamente eu seria uma pessoa muito melhor do que tento ser diariamente quando acordo!

 

Que Deus abençoe minha família, meus amigos, conhecidos e todas as pessoas deste mundo em que vivemos.

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